Macaé é um município brasileiro do estado do Rio de Janeiro, no Brasil, situado a 180 quilômetros a nordeste da capital do Estado. Sua população é de 261.501 habitantes em 2020. Possui uma área total de 1.215,904 km². É conhecida como a Capital Nacional do Petróleo.
As ligações da sede municipal são feitas por duas rodovias e uma ferrovia. A RJ-106 percorre todo o litoral, de Rio das Ostras a Carapebus, atravessando o centro da cidade. A RJ-168 corta o município de leste a oeste, acessando a BR-101, que alcança Conceição de Macabu, ao norte, e Rio das Ostras, ao sul. Com apenas um pequeno trecho asfaltado, a RJ-162 tem um traçado pelo interior, alcançando Trajano de Moraes ao norte e Casimiro de Abreu ao sul. A ferrovia, que liga o Rio de Janeiro ao Espírito Santo, já foi usada quase que exclusivamente para transporte de cargas, mas hoje está sem utilidade.
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ETIMOLOGIA
O nome do município é uma referência ao Rio Macaé. Não restam dúvidas de que este é um vocábulo de origem indígena, porém seu significado ainda é controverso:
Queriam alguns estudiosos que o termo procedesse da corruptela de maca-ê, “que, entre os nativos, significa macaba doce, por extensão coco doce, produzido pela palmeira macabaíba, abundante na região”. Eduardo de Almeida Navarro aponta, como origem etimológica, o termo do tupi antigo mokaîé, que designava a variedade de palmeira conhecida como mocajaíba ou bocaiuva. A atual bandeira da cidade apresenta o desenho de um coqueiro;
Outros afirmavam que os índios goitacás se utilizavam da palavra Macaé, que significaria “Rio dos Bagres”, para denominar o Rio Macaé.
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HISTÓRIA
Descobertas de sambaquis na Praia de Imbetiba comprovam que a região já era povoada por indígenas há milhares de anos. Quando os primeiros colonos de origem europeia chegaram ao local, no século XVI, encontraram duas tribos rivais: os tamoios e os goitacás.
As terras do atual município faziam parte da Capitania de São Tomé, indo do Rio Itabapoana ao Rio Macaé e foi batizada de “Macahé”.
Seu povoamento de origem europeia iniciou-se em 1614, quando Portugal se encontrava sob o domínio da Espanha. Para evitar invasões de inimigos, criou-se uma aldeia de índios catequizados.
Os primeiros registros dos jesuítas em Macaé datam de 1634. No princípio, foi fundada, à margem do rio Macaé e próxima ao Morro de Sant’Ana, uma fazenda agropecuária, que, no correr dos anos, ficou conhecida como “Fazenda de Macahé”.
Na base do morro, entre este e o rio, levantou-se um engenho de açúcar com todas as dependências e lavouras necessárias. Além do açúcar, produziam farinha de mandioca em quantidade e extraíam madeira para construções navais e edificações. No alto do morro, foram construídos um colégio, uma capela e um pequeno cemitério, o qual guarda, até hoje, os restos mortais de alguns jesuítas. Em 1759, a fazenda foi incorporada aos bens da coroa portuguesa pelo desembargador João Cardoso de Menezes. Nesta ocasião, os jesuítas foram expulsos do Brasil, imposição feita pelo Marquês de Pombal.
Em 1813, foi elevado a município e, em 1846, a Vila de Macaé passou à condição de cidade. Como a produção açucareira e cafeeira se expandiram muito e o Porto de São João da Barra não estava mais dando conta do movimento, iniciou-se, então, em 1844, a construção do Canal Campos-Macaé, com 109 km.
No dia 11 de abril de 1832 o famoso naturalista inglês Charles Robert Darwin, após meses de viagem a bordo do navio Beagle, vindo com seus auxiliares da região dos lagos a cavalo e após passar por barra de São João (Distrito de Casimiro de Abreu) se sentiu mal e, ao chegar a Macaé, devido à forte exaustão, desmaiou, sendo levado à localidade situada a três quilômetros ao sul da entrada do Rio Macaé (Praia de Imbetiba, onde hoje existe a Base da Petrobras). Neste lugar, Darwin pernoitou em um estabelecimento comercial chamado “Venda do Mato” e, no dia seguinte, foi para a “Fazenda do Socego”, de propriedade de Manoel Figueiredo, cuja filha era casada com um escocês chamado Lawrie, que Darwin conhecera no Rio de Janeiro. Nesta fazenda, hoje parte do município de Conceição de Macabu, Darwin coletou insetos e répteis que foram catalogados e incorporados a sua famosa coleção e que serviram de base para sua mais notável publicação, “A Origem das Espécies” (On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or
The Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life) publicada em 1859.
1873 Criação da Sociedade Musical Nova Aurora.
Em 1875, foi construída a Cia. Estrada de Ferro Macahé-Campos.
A via férrea trouxe novo impulso e, mais tarde, os trilhos da Estrada de Ferro Leopoldina.
A partir de 1974, com a descoberta de petróleo na Bacia de Campos, o município, que permanecia rural, começou a sofrer profundas mudanças em sua economia e cultura, recebendo grande quantidade de pessoas de várias partes do país e do mundo, a fim de atender a crescente demanda desta cidade por mão de obra especializada, até hoje ainda não suprida totalmente, tornando os salários oferecidos na cidade bem atraentes.
Apesar de receber grande quantidade de mão de obra especializada, também é grande a quantidade de pessoas não especializadas que procuram a cidade em busca da promessa de emprego, nem sempre atendida pelo exigente mercado de trabalho. Muitas destas pessoas acabam ficando na cidade, e sem conseguir o tão sonhado emprego, acabam populando cada vez mais as favelas da cidade, que aumentam assustadoramente a cada dia. A inaptidão governamental, ou falta de uma política pública para criação de moradias populares, reformar o sistema de transporte público, garantir saneamento básico assim como reforçar a segurança na cidade, também colabora para a falta de qualidade de vida da maior parte da população Macaense.