A Prefeitura de Campos, no Norte Fluminense, anunciou o fechamento do comércio da cidade a partir deste sábado (20). A decisão foi tomada nesta sexta-feira (19), após os leitos de UTI Covid-19 públicos e privados atingirem 100% de ocupação. De acordo com o município, 13 adultos e quatro crianças aguardam na fila de espera por um leito.
Além do comércio, restaurantes, bares e academias deverão permanecer fechados. A medida deverá valer até o dia 28/03.
“Todos sabem, nós da classe produtiva sempre fomos contra o lockdown, com risco de queda de receita, risco de desemprego, mas na atual situação do nosso Sistema de Saúde, que está no limite máximo com todos os leitos de UTI ocupados e pacientes na fila aguardando vaga, não temos outra opção”, declarou o presidente da Associação Comercial e Industrial de Campos (ACIC), Leonardo Castro de Abreu.
O novo decreto, também estabelecerá regras para o funcionamento de atividades essenciais, respeitando restrição de horas, de capacidade máxima e proibição de crianças menores de 10 anos e idosos, além de outras medidas que vão ser divulgadas oficialmente depois de preparação do detalhamento pelas equipes técnicas.
O quadro da Covid-19 na cidade é preocupante, principalmente pelo avanço do número de casos em crianças.
“Infelizmente, morreu uma criança na UPA com suspeita de Covid. Temos 100% dos leitos ocupados, com 13 adultos e 4 crianças na fila de espera. Sou participante de grupo de deputados e o pânico é geral no Brasil, por falta de oxigênio, por ausência de bloqueadores neuromusculares em todo o país, por não ter fornecedor entregando”, declarou Wladimir.
De acordo com a Prefeitura, Campos tem 119 leitos de UTI e 177 leitos clínicos.
“Os profissionais estão saturados, não há profissionais para contratar e formar as equipes”, complementa o prefeito Wladimir.
Ainda de acordo com a Prefeitura de Campos, até a manhã de quinta-feira (18), o município tinha 15 leitos de UTI vagos. Cenário que mudou completamente em menos de 24 horas.
“No final da noite (de quinta), já eram 9 pacientes em filas. A situação é muito grave. O prefeito ligou para o governador ontem à noite (quinta) para conseguir respiradores e não há possibilidade. O que nos deixa assustados é a evolução em horas. É uma realidade que a cidade está enfrentando”, disse o vice-prefeito Frederico Paes, completando que “pessoas parecem que não acreditam na doença, até que atinjam alguém da família, participando de festas clandestinas. Macaé, Itaperuna, São João da Barra já pararam e Campos não é uma ilha”, declarou.