O pesquisador Célio Lopes Silva, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (FMRP-USP) e responsável pelo desenvolvimento da Versamune, diz que essa vacina será mais efetiva na proteção contra o novo coronavírus do que os imunizantes já utilizados atualmente.
Na quinta-feira (25), conforme anunciado pelo Governo Federal, foi pedida autorização para início dos testes clínicos com humanos desse imunizante, o que deve levar de seis a oito meses para ser concluído.
As primeiras duas fases de testes clínicos devem ter início em maio, e vão envolver 360 voluntários. Os estudos serão realizados com aplicação de duas doses da Versamune.
O desenvolvimento da Versamune conta com recursos do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Nas fases 1 e 2, os estudos clínicos devem ter custo estimado em R$ 30 milhões. Para a fase 3, o orçamento deve subir para valores entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões.
A vacina é fruto além da USP Ribeirão Preto, de uma empresa brasileira, a Farmacore, que licenciou a tecnologia desenvolvida pela empresa norte-americana PDS Biotech.
Já há negociações em andamento para que uma empresa brasileira possa adaptar sua linha para produção em grande escala do imunizante. A negociação, com uma fábrica do estado de São Paulo, está em fase avançada.
“Podemos considerar nossa vacina como 100% nacional, porque vamos produzir o carreador também no Brasil”, disse Silva. “A ideia, o conceito e o desenvolvimento da vacina são totalmente brasileiros”, corrobora a CEO da Farmacore, Helena Faccioli.
A estimativa, a depender do fabricante e de como transcorrerem os estudos da fase 3, é ter capacidade de produzir 400 milhões de doses por ano, com foco em atender a demanda nacional. Havendo sobra e capacidade de expansão da produção, futuramente a expectativa seria a exportação para a América Latina e outros mercados, segundo informou a Farmacore.