Alunos do curso de Medicina do campus da UFRJ em Macaé que estão estagiando em unidades de Saúde do município, denunciam que ainda não foram imunizados contra a Covid-19. Cerca de 250 estagiários que atuam na linha de frente do combate à Covid-19, estão em situação de vulnerabilidade.
Em nota, a secretaria de Saúde de Macaé afirmou que vacinou os estudantes da UFRJ dos cursos de medicina, farmácia, enfermagem e nutrição que atuam na rede municipal de saúde, mas os estagiários explicam que apenas os alunos do último período receberam a vacina.
Ana Luíza Pontes está no penúltimo período do curso e está entre os estagiários que não foram incluídos na vacinação do município. Diabética, a estudante teve Covid-19 recentemente e relata o medo de atuar em unidades de saúde sem estar imunizada.
“A sensação é de abandono mesmo porque a gente faz o máximo para oferecer o melhor da Saúde pública para pessoas. A gente está em diversos campos oferecendo o melhor que a gente pode e não tem suporte nenhum”, afirmou a estudante.
Paulo Fernando também está no penúltimo período de Medicina, e só foi vacinado porque estagiou no Rio de Janeiro. Em Macaé, os alunos chegaram a ser convocados, mas a imunização não aconteceu.
“As respostas que a gente tem da prefeitura são respostas pouco objetivas. Eles pediram para nós irmos aos pontos de vacinação, inclusive, foi uma exigência da própria prefeitura que nós trabalhássemos no voluntariado para conseguir a imunização”, conta Paulo Fernando.
Os estudantes destacam que a vacina é importante pra todos os alunos da saúde, não só os da medicina.
A Prefeitura de Macaé anunciou para a próxima segunda-feira (07) a vacinação de mais alunos da área da saúde, mas ainda não esclareceu quais cursos e períodos serão contemplados.
Enquanto isso, os alunos seguem na insegurança.
“Nós não estamos furando fila. A gente está pedindo para que o nosso direito seja cumprido, que o dever que os órgãos públicos têm conosco seja cumprido. É um direito que a gente seja vacinado. É um direito que a gente esteja protegido para trabalhar para a população”, disse a estudante Ana Luíza Pontes.