Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (08), carnes, ovos, açúcar e verduras são alguns dos produtos do agro que ficaram mais caros no primeiro semestre deste ano.
A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), avançou 8,35% em 12 meses, e 3,77% no primeiro semestre.
Dos produtos do campo, alguns dos itens que mais avançaram entre janeiro e junho, na comparação com igual período de 2020, foram: açúcar refinado: 16,14%; açúcar cristal: 14,25%; verduras: 8,79%; carnes: 7,25%; aves e ovos: 6,87%.
Os tubérculos e legumes, por sua vez, tiveram queda de 18%, enquanto o óleo de soja recuou 2%. Apesar disso, o consumidor continua pagando mais caro no óleo de cozinha. No estado de SP, uma unidade está custando, em média, R$ 7,55, contra R$ 3,96 há um ano atrás.
No 1º semestre, açúcares e derivados subiram 7%, com destaque para o refinado (16,14%), cristal (14,25%) e demerara (13,21%).
No campo, o produto está subindo porque, além da safra ser menor neste ano, as usinas de cana-de-açúcar estão priorizando a exportação, por causa do dólar alto e preços elevados do alimento no mercado externo.
Ao mesmo tempo, os produtores estão direcionando mais cana para produzir etanol, cujos preços dispararam nos últimos meses.
Até mesmo alguns itens da salada aumentaram. Dentre as verduras, os maiores destaques do semestre são a alface (10,53%), couve (9,84%), repolho (9,26%), couve-flor (7,46%) e cheiro-verde (6,08%).
A produção das hortaliças foi afetada pelo frio, o que pode ter prejudicado a oferta em algumas regiões, principalmente onde houve geadas, elevando, assim, as cotações.
Por outro lado, por conta da queda da temperatura nas últimas semanas do semestre, o consumo de verduras caiu, o que não tem gerado aumentos expressivos nos preços pagos ao produtor.
A disparada do preço das carnes bovinas começou ainda em 2020 e, em 12 meses até junho, o custo ao consumidor acumula alta de 38%.
Redução de animais para o abate, seca, dólar alto e aumento dos custos de produção são alguns dos fatores que explicam a forte disparada.
No semestre, dentre os cortes que mais subiram estão músculo (13,12%), cupim (11,97%), patinho (11,93%) e filé-mignon (11,44%). As menores altas ocorreram no contrafilé (5,72%) e picanha (6,20%).
No 1º semestre, os frangos em pedaços subiram 7,48%, enquanto o frango inteiro aumentou 5,77%. Os ovos, por sua vez, tiveram alta de 7%.
O setor passa por um aumento nos custos de produção, como diesel, energia, embalagens e, principalmente, com a ração, devido à escalada dos preços do milho e da soja no mercado internacional. Os dois grãos são ração para os animais e representam 70% dos gastos dessas empresas.
Recentemente, o setor foi autorizado pelo governo federal a importar mais um tipo de milho transgênico dos EUA para tentar diminuir custos. Os frigoríficos e granjas afirmam que esse produto é mais barato do que o grão que o Brasil já importa.
Outro problema é a seca, que reduziu a projeção de colheita de milho no Brasil.